Parece título da coluna de nossa amiga Lois Lane, mas na
verdade é a análise do TRG sobre a película moderna do Superman. Por estarmos
falando do MAIOR herói de todos os tempos vocês vão ter não apenas um, mas DOIS
reviews. O de hoje SEM SPOILERS e um domingo que vem COM SPOILERS FREE. Vamos a
resenha contida então? Ao alto e... Ah, seus chatos... =Pp
Primeiramente esqueça seus preconceitos contra o personagem.
Superman é sim um herói respeitável e de extremo valor aos quadrinhos, cinema e
outras mídias. Muitas pessoas gostam de virar o nariz gratuitamente para o
personagem só porque na hora da distribuição dos superpoderes ele chegou
primeiro e tinha um cartão de crédito internacional bom. Porém ele significa, e é a
personificação disso, o que é ser um herói no seu sentido mais vasto. A palavra
superpoder começou com ele. E mais do que isso, faz uma reflexão profunda no
fato de que se é ou não possível um homem com poderes de um deus manter seu
caráter a toda a prova. Já comentei aqui inúmeras vezes que não gosto do
Capitão América pelo fato de ele ser um péla-saco. É nítido que Steve Rogers
acha que está sempre certo em suas opiniões que geralmente guardam um
significado altruísta por trás (ui!). Porém com Kal-El (tio Clark, pros
desavisados) a história é mais embaixo. Você pode pensar que ele é o exemplo do
bom mocismo, e de fato o é, mas ele tem duas “pequenas” diferenças:
Uma é que o Superman não precisava dar a mínima pra ninguém.
Cara, somente com a superforça do rapaz ele podia obrigar o mundo a se render a
sua vontade. Ele é invulnerável (com exceções), e mesmo assim ele não consegue
nem atravessar fora da faixa. O sentido disso não é ser um pau mandado não, é
mostrar que alguém com tantos poderes precisa dobrar suas vontades. Imagino a
força que esse rapaz não faz pra não espiar o banheiro feminino ou dar uma surra
no valentão da escola...
A segunda explicação é que o azulão não mexe apenas com
questões rotineiras, ele sente no seu ombro pesar questões a níveis globais e
universais. Steve Rogers se acha a última Negresco do pacote só porque é líder
de um supergrupo que ele não pode controlar, já o Super é responsável por seus
atos e toma a cada história decisões que
são grandes demais para podermos julgá-lo e nesses casos é necessário a bondade
e pureza do Clark, méritos da boa criação dos Kent’s, pois do contrário poderíamos
ter conflitos universais. Até existem enredos dele salvando gatinhos em árvore, mas isso é uma subutilização do personagem.
Enfim, só o que quero alertá-los é que não entrem em barca
furada achando que o que reluz é Homem de Ferro, porque não é bem assim. Fora
todo o contexto histórico e cultural que nem vou entrar em méritos...
Agora esqueçam os filmes antigos. Tanto os do Donner quanto o
alegre e colorido Returns. A pegada é outra. Como é moda em Hollywood o lance é
explorar a realidade e nada mais justo. O filme explora do começo ao fim a
jornada de um hominídeo especial que caiu na Terra quando bebê e que foi criado
e educado a não usar suas habilidades especiais não importasse o custo que isso
teria e ele aprendeu a grandes penas a lição. E então o pacato rapaz do Kansas
tem que tomar uma decisão que mexe com sua formação para abdicar daquilo que
mais lhe dá medo: A exposição.
Sobre o filme em si e sua qualidade é impossível não
apreciá-lo como bem feito. O roteiro é muito bom (o que é raro hoje em dia,
vide Vingadores...), não foge tanto da origem do herói (eu sei que tem uma pá
de coisas diferentes, mas a essência não foi alterada) e como citei no início
desse parágrafo olhando como um filme sem contexto mais profundo é emocionante
e acrescenta muita coisa em sua vida. Até porque como também já falei o homem
de aço tem seus dois pés bem plantados na filosofia desde a época dos roteiros
de Siegel e Shuster, e bem, isso dá no que pensar. Agora contextualizando ele
não deixa de ser um filme dos bons, Mas peca em demasia por não saber bem o que
quer contar nem ao que veio. A estrutura não linear uma certa hora enche o saco
e você se pergunta porque ainda está vendo a infância dele com seus pais e ainda há
toda uma contradição em alguns personagens principalmente o Jonhatan Kent com
um caráter questionável, embora impecavelmente vivido por Kevin Costner. O pai alienígena
do Clark é muito mais sagaz - e bem interpretado também chegando a afirmar que é
uma sensação boa ver o Gladiador em cena... Dá uma serenidade - e instrui o
garoto grande a fazer o certo após conhecer os dois lados da história. Dá a
entender que o pai terráqueo só encheu o garoto Kent de caraminholas
retrógradas e não é bem isso que eles quiseram dar a entender, com certeza. A Martha está
muito bem, assim como o Zod que é muito expressivo e me lembra bastante o ator
Wagner Moura, também acharam? Huhu... A Lois Lane eu achei que foi mal construída,
pois está um misto de Jane Foster do Thor com princesa Disney. Porém a falta de
personalidade dela contrasta o tempo todo com a beleza da ruivinha Amy que nos
encanta e esquecemos de julgá-la. Sério gente, o rosto dela para mocinha cai
muito bem. Aliás é foda ver na qualidade de IMAX as rugas de todo mundo,bando
de velhaco, haha.
Pra terminar e não contar nada mais do que posso agora a
Warner trouxe elementos bem diversificados para o filme, pois dá pra se
identificar com muita coisa não importando seu nicho. Tem ação e lutas a La caralhada
a quatro com Zod e o azulão saindo na mão (aliás tive medo que não tivesse uma
luta final, mas tem!), tem romance com um beijão muito bem açucarado, tem
questionamentos filosóficos, tem sci-fi e tem... Bem, tem um pouco de quadrinhos.
Talvez esse seja o pecado capital da Warner e do Zack Snyder: Ter ido dado
linha a vontades diversas e perder um pouco da coesão desses mundos tão
diversos. Mas uma coisa é certa. Você sai de O Homem de Aço eufórico, pois ele
lhe dá um clima épico como no terceiro filme do Bats, ele lhe dá emoções em
doses muito boas (meus olhos marejaram trocentas vezes) e depois de tanto tempo
sem um filme do Super-Homem talvez todos nós aceitemos engolir algumas coisas
para o bem maior simbolizado naquele S.
Toma Rumo Guri!!
1 comentário
Eu concordo ue o filme foi bom, mas confesso ue eu esperava um pouco mais de superman lá... As atitudes do protagonista não combinam com o tipico superman, decididamente.