TRG Reviews: Lucy



Lucy é um filme que fala sobre drogas. Muitas drogas. Drogas pesadíssimas consumidas em grande escala pelos roteiristas, produtores e qualquer pessoa envolvida nesse projeto. É algo tão avassalador que sobra até para a coitada da Scarlet gostosinha Johansson que não merecia estar envolvida nisso. Só para vocês terem uma ideia a cada bloco de desenvolvimento do filme eu soltava a seguinte interjeição: “É muita maconha!”. Tentarei explicar e fazer a análise mais justa que conseguir: Foi o pior filme de toda a minha vida. Sério.

Antes um contexto: Não esperava nada do filme, tinha que matar tempo para buscar a superguria na faculdade em Sapucaia então fui até São Leopoldo (cidade metropolitana, mas distante) e não pensei duas vezes em que ia me divertir um bocadinho com a Scarlet. Infelizmente a película era dublada e isso agravou o massacre dos meus sentidos, mas creiam que de todo o conjunto da obra a dubladora com voz de velha reumática (sem querer ofender o trabalho, apenas não combinou com a jovem loira) foi o pior de meus problemas. Comprei um pacote de pipocas e uma Coca-Cola e me sentei bem no meio do cinema, um pouco a frente. Era o primeiro de uma galerinha que começava a se apinhar atrás de mim (ui!).  E aí, bem, foi desgraça atrás de desgraça.

O filme começa com a personagem que dá nome ao filme, Lucy, sendo pressionada por um grupo de tráfico a dar informações sobre um namorado que teve e é usada como cobaia em uma cena onde a tadinha fazia caras e bocas de quem sofria muito (Scarlet tem cara de que a pior dor que teve na vida foi uma unha quebrada...)0 em todo um cenário non-sense onde homens se escondiam atrás de escudos blindados obrigando a moçoila a abrir um pacote que poderia ser uma bomba ou poderia ser outra coisa. E era. Uma droga muito poderosa em forma de pó e na cor anil. Um paralelo com uma palestra da personagem do Morgan Freeman (um cientista) começa a intercalar com as cenas sôfregas da nossa Viuva Negra começam a aparecer e o homem que já apresentou ótimos programas científicos como Wormhole vê-se obrigado a falar bobagem em cima de mais bobagem sem nenhum respeito pela biologia, física ou matemática. A velha mentira dos 10% de limite de uso da mente vem como uma verdade absoluta. A palestra se estende demoradamente entrecortando com cenas nas quais Lucy é uma das cobaias (mulas de drogas) para atravessar a tal substância que daria um barato aos jovens europeus. Lucy acorda de lingerie e um corte na barriga ao que lhe é explicado  que um dos pacotes de droga foi lhe introduzido para poder transportar dentro de si a encomenda por algum aeroporto. O problema é que durante uma tentativa de abuso Lucy leva uma bicuda no estomago e a droga rompe o pacote misturando-se ao sistema orgânico da mulher. E inexplicavelmente a tal droga (uma versão sintética de uma substância presente na gravidez, e que segundo a personagem de Freeman é uma bomba atômica para o bebê) lhe concede a perfeição humana.
É muita maconha.

Os momentos iniciais da droga espalhando-se pelo corpo de Lucy é um espetáculo a parte. Além de efeitos especiais mostrando que as células estavam se agitando no interior dela como feixes de luz desconexos a atriz teve o ridículo trabalho de interpretar uma moça indo de um lado para outro, jogando-se, estrebuchando, ficando presa ao teto, depois ao solo como se seu organismo interno deteriorasse a gravidade ou ainda que as partículas que se moviam dentro de seu corpo lhe jogassem para lá e para cá ao invés de que (faria mais sentido) furassem seu tecido epidérmico. Mas ok. Passou. Foi o único aprendizado de uma mutação gigante que lhe aconteceria. Todo o resto passaria batido e sem dificuldade alguma (Nesse sentido o jogo Prototype dá de 10 a 0). Lucy ganha poderes extraordinários, mas em troca perde emoções, sensibilidade e fraquezas. Perde a noção também. Pois liga para sua mãe e começa a falar coisas desconexas como se estivesse fazendo uma declaração de amor. No máximo aquela cena serve como alerta para o que as drogas podem fazer com um indivíduo. Ela diz que lembra do gosto do bico dos seios e leitinho de sua progenitora, huhu. É muito bizarro.
É muita maconha.

O filme ainda conta com um policial que até agora não entendi muito bem o que ele deveria ser ou fazer na película. E não bastando a podridão do argumento desse filme acontece a cena de beijo mais desnecessária, vazia e dispensável já vista em Hollywood.  Lucy passa por um processo gradual aumentando percentualmente a capacidade de sua mente. Quando ela chega ali pelos 40% já consegue controlar ondas magnéticas, subjugar vontade de pessoas, dirigir com a mente, dar zoom digital no vidro do carro e até mesmo consegue, e isso é muitooooooo bizarro, tocar na cabeça das pessoas e ver o que elas estão pensando ou que memórias guardam nas sinapses mentais.
É muita maconha.

Eu me contorcia na poltrona. Não tinha uma cena que prestava mesmo depois de uma sucessão delas passando no decair dos minutos perto do fim. Só o que sentia era pena e graça. Mas a graça vinha da pena. Se fosse uma comédia até pode ser que passasse de boa, mas o filme tenta passar a maior sobriedade do mundo. Lucy em muitas cenas filosofa como se estivesse em um bar. Um dos pontos altos é a teoria da unidade fundamental que é o tempo. Se você tiver a infelicidade de assistir essa bosta (sim, estou julgando) preste muita atenção nesse diálogo. Roteirista cheirou um cogumelo selvagem.
É muita maconha.

Lucy consegue entrar em um hospital lotado com uma arma na mão e ninguém nem repara. Chega na sala de cirurgia sem ninguém perguntar quem ela era ou o porquê de estar ali. O médico quando vê ela quase oferece uma cadeira. As cenas no avião são uma zoação total. Parece mais um teste de efeitos especiais do que um filme propriamente dito. Se dissessem que aquilo tudo era um teste de CG eu levava na esportiva. Talvez.
É muita maconha.

As interpretações são fracas. Mesmo Freeman que não parece muito a vontade (talvez não tenha lido bem suas falas quando aceitou o papel)  e a própria Scarlet que está péssima embora pode ser que tenha a ver o fato de que sua personagem tenha perdido a sensibilidade. Tem que ser isso. TEM QUE SER.
No final (é um pouco de spoiler sim, mas você não vai querer ver esse filme, vai por mim) Lucy chega aos 100% de sua capacidade mental e viaja no espaço e no tempo visitando em sua cadeira executiva os dinossauros e até mesmo os macacos primitivos a quem ela troca um dedo no dedo, huhu. Depois da perfeição alcançada ela se transforma numa geleca preta e desaparece deixando um pen-drive fabricado de suas tripas que seria uma base de conhecimento infinito. Tudo isso por uma droga forte misturada ao seu corpo.
É muita maconha.

Eu entendo que filmes tem que ter um escape da realidade, ainda mais no que intencionava essa trama. Porém eles foram em um nível que é difícil até mesmo para uma criança entender como seria possível aquilo. E olha que quem está falando isso é alguém que acha plausível um guaxinim e uma árvore passearem pelo espaço em uma bonita amizade. Sério mesmo, Lucy se equivoca de uma maneira que você com qualquer base de conhecimento que tiver sai do cinema dando risada da estupidez humana. A moral da história é que não tente parecer inteligente quando você não é. Só vai parecer mais idiota.


Quando o filme terminou, sem brincadeira, eu e um cara que estava com mais duas pessoas exclamamos em uma mesma voz: “Que bosta”. Enfim, fujam desse filme. Nem tentem. É o pior filme que já vi. Repito. Nem as cenas de peitinhos balançando ajudam. Na verdade nem se Scarlet Johansson aparecesse nua e brincando de helicóptero com as pernas salvaria essa desgraça. É triste. É Lucy.

Toma Rumo Guri!!

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